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Arte&Sexualidade, Sala de notícias

Belkis Ayón: Ritual, trangressiva, profana

29 jul 2017


Untitled 3Há muita razões para escolher Belkis Ayon para marcar os 25 dias de ativismos pelos direitos  das mulheres negras da América Latina e do Caribe. A primeira delas é que seu nome e arte são ainda pouco conhecidos no Brasil. Mas também por que Belkis é uma estrela candente que partiu muito cedo deixando atrás de si um rastro de encantamento.Em tempos de re-cristianização extensiva das culturas latinas e caribenhas a arte de Belkis recupera uma  cosmologia  africana politeísta: a tradição das  sociedades secretas Ekpe y Ngbe do Sul da Nigeria e dos Camarões que foi transportada para Cuba como o tráfico de escravos e foi aí preservaada de forma singular pela sociedade secerta de ajuda mútua Abakuá ou Ecorie Enyene Abakuá. Belkis faz isso de maneira trangressiva. Rompe regras e revira  pelo avesso um culto secreto masculino quando  reconstrói a trajetória de  Sikán um  ícone feminino do mito cuja liberdade é censurada e cerceada no  Abakuá. Como bem diz  Orlando Hernandez num belo texto sobre a artista só uma mulher poderia fazer  isso:

Belkis Ayón devolve o  mito à realidade. Um mito que ainda permanece vivo e ativo. Um mito que resiste a ser uma peça no  museu, ou uma atração exótica para turistas. Um mito que ainda é parte de uma tradição de grupo compartilhada.  O mais  estranho é que Belkis faz isso  sem a ajuda da  parafernália religiosa. Sem nenhum grupo.  Sem a menor cerimônia. No ritual. Ao inventar suas próprias cerimônias, rituais. Pelo simples expediente de imprimir papéis.  Com o pretexto fraco da arte.  Assim, sem suspeita (ingenuamente?). Sua ação gira em torno da maquinaria mítica,  poderosa e  incompreensível da sociedade secreta Abakuá. E então o inesperado acontece, mas talvez também o inevitável: Uyo recomeça. ..  Mas desta vez sem cumprir os rigores de teimosa liturgia teimosa. Movendo-se livremente de novo. Tanze como peixe na Oddán. Quando ninguém era o proprietário do segredo. Quando o segredo era de todos. De homens. De mulheres. Ou melhor ainda, quando não havia nem mesmo o próprio segredo… Nem tampouco seria necessario o  sacrificio da  Sikán. Porque ainda não existia sua culpa nem sua traição.

Agradecemos Angela Donini pela indicação.

Para saber mais sobre Belkis Ayón

 

Categoria: Arte&Sexualidade, Sala de notícias

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