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Negras e trans se destacam nas eleições enquanto extrema-direita cai

Mais mulheres, negros e trans ocuparão as Câmaras municipais brasileiras em 2021. Nas eleições municipais que foram realizadas no dia 15 de novembro, todas as capitais elegeram mulheres como vereadoras, que representam 18% das cadeiras legislativas nas capitais e das quais seis tiveram mulheres como as mais votadas em Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Rio Branco (AC).

Segundo levantamento do Brasil de Fato, treze mulheres negras estão entre as candidaturas mais votadas das capitais, parte de um fenômeno que elegeu 44% de vereadores negros ao redor do Brasil. Em relação a identidade de gênero, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), a travesti Duda Salabert (PDT) foi a vereadora eleita com mais votos na história de Belo Horizonte (MG), acompanhada de mais sete vereadoras trans que ficaram entre as mais eleitas nas capitais e de vinte e cinco candidaturas trans que foram bem sucedidas no país. Esse cenário é ainda mais auspicioso quando consideramos que essas eleições também representaram uma derrota para a extrema-direita.

Recorte de gênero

Além de mais votadas, as mulheres também cresceram em número. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, a capital Porto Alegre vai ser a cidade com maior representatividade de mulheres na Câmara: 11 das 36 vagas (30,5%), seguida por BH (27%), Natal (24%) e São Paulo (23,6%). No outro extremo, João Pessoa (PB) com 3,7%, Campo Grande (MS) com 6,9% , Cuiabá (MT) com 8% e Porto Velho (RO) com 9,5% foram as capitais com menor representatividade feminina. Desses números, no entanto, não se diferenciou entre candidaturas trans e negras, que merecem o devido destaque nessa eleição.

Mulheres negras

Das treze vereadoras negras eleitas com destaque nas capitais, Karen Santos (PSOL) foi a vereadora mais votada de Porto Alegre (RS) e Dani Portela (PSOL) foi a mais votada em Recife (PE). Do Sudeste, Camila Valadão (PSOL) ficou em segundo lugar entre vereadores de Vitória (ES) e Karla Coser (PT) ficou em sétimo na mesma capital, enquanto Tainá de Paula (PT) ficou em nono lugar no Rio de Janeiro. No Norte, Divaneide (PT) ficou em segundo lugar em Natal (RN) e Vivi Reis (PSOL) foi a quinta mais votada em Belém (PA).  No Nordeste, Ireuda Silva (Republicanos) ficou em quarto lugar em Salvador e Fátima Santiago (PP) ficou na nona posição em Maceió (AL) . No Centro-Oeste, Edna Sampaio foi a oitava mais votada em Cuiabá (MT).No Sul, Laura Décimo (PT) foi a décima mais votada em Porto Alegre (RS) e Carol Dartora (PT) foi a terceira mais votada em Curitiba (PR).

LGBTTI eleit@s

Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais revelam que houve 294 candidaturas trans em 2020, das quais 25 foram eleitas nessas eleições, um aumento de 212% em comparação a 2016. Das eleitas, 24 são mulheres trans e travestis e um é homem trans. Sete das 24 ocupam o lugar de mais votadas em suas cidades e das quais 35% são negras, majoritariamente da região Sudeste (16), mas também do Sul (4), Nordeste (2) e Norte (1). Em relação ao alinhamento político, 16 candidaturas são de esquerda (6 pelo PSOL, 4 pelo PT, 3 pelo PDT, 1 pelo PV e 1 pelo PSB), 7 são de centro (PROS, AV, MDB e PSDB) e 2 são de direita (PL e DC).

Também foi uma eleição de muitas primeiras vezes. Foi eleita pela primeira vez uma pessoa intersexo, Carolina Iara de Oliveira, co-parlamentar da Bancada Feminista do PSOL em São Paulo, Erika Hilton (PSOL) foi a primeira travesti a ser eleita vereadora em São Paulo, Duda Salabert (PDT) em Belo Horizonte e Linda Brasil (PSOL) em Aracaju (SE). Linda Brasil (PSOL) foi a vereadora mais votada em Aracaju (SE), Dandara (PT) em Uberlândia (MG), Tieta Melo (MDB) em São Joaquim da Barra (SP), Lorim de Valéria (PDT) em Pontal (SP), Titia Chiba (PSB) em Pompéu (MG) e Paullete Blue (PSDB) em Bom Repouso (MG).

 



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