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Arte, Risco,Desconstrução: Os Usos do Corpo em Elizabeth Streb

– O que os humanos têm que fazer para não se arrependerem naquele último segundo antes de morrer?

Essa é uma das questões que comove Elizabeth Streb sobre a sua arte. Streb é conhecida por suas performances em que faz sons guturais e arrepia os cabelos, onde dançarinos ou super-heróis, como ela prefere lhes chamar, trabalham com a gravidade em vez de fingir que ela não existe. Então eles caem. Dói e isso faz muito barulho.  Mas, como ela diz, é um distintivo honorífico machucar-se e continuar. Em 2012, ela realizou apresentações públicas magistrais nos pontos mais famosos ​​de Londres durante as Olimpíadas: a London Eye, a Prefeitura e Praça Trafalgar. Ela queria provocar sensações físicas e impressões para sempre memoráveis:  “um evento fenomenológico”.

Nós voamos, mas nós pousamos. Uma metáfora para os altos e baixos da vida, onde ação e risco fazem parte da experiência da existência. Pode o risco ser planejado? …  Arriscar  não é uma coisa lhe ocorre fazer?

Como se lê no  artigo da OpenDemocracy ‘Performando além da economia zumbi do gênero‘, Streb nos provoca a pensar sobre como corpos, incluindo o nosso, se movem pelo mundo e geram novas formas de ser – como os corpos, assim, performam o gênero, o risco e a própria economia.  No que diz respeito ao gênero e à vidas generificadas, os riscos dizem respeito  à busca existencial que experimentamos para descobrir diferentes formas de liberdade política para existir e se relacionar com outros – liberdade que desestabiliza a natureza das vidas que são regidas pelas estruturas normativas. O medo, para Streb, é conhecimento, é apenas mais uma informação para processar, sentir e conhecer o que ainda está faltando. E fazemos isso, por excelência, com nossos corpos.

Isso  evocar Judith Butler e a teoria de gênero que:

abre a possibilidade de  jovens encontrarem seu próprio caminho em um mundo que, frequentemente,  os confronta com normas sociais estreitas e cruéis. Afirmar a diversidade de gênero, portanto, não é destrutivo: reconhece  a complexidade humana e cria espaços para que as  pessoas encontrem seu próprio caminho dentro dessa complexidade.

Também  evoca o que pensou Derrida sobre a  confiabilidade em um sentido mais amplo. Somos mais do que apenas um corpo, um adorno ou uma forma de decoração – referências que para ela dizem respeito a  dança tradicional, Streb usa o corpo e as máquinas não apenas  como objetos, mas para explorar  a confiança entre pessoas e pessoas e entre pessoas e máquinas, o que na   vida humana é crucial.

Uma  dimensão forte do trabalho de Streb é  confiar nas outras e nos  outros. Trabalho em equipe, alianças, “pessoas que amam as pessoas” são requsitos inerentes aos empreendimentos de risco corporal, assim como no  trabalho de resistência que fazemos. A resistência exige que arrisquemos, saltemos sem vacilar, tenhamos a motivação para não ter arrependimento,  para estar nas ruas, para performar o gênero ou os gêneros, quaisquer que sejam.

Saiba mais sobre Elizabeth Streb:

“Minha missão: desafiar a gravidade e voar” – TED Talks

Em inglês

Dancing With Danger – PBS

Extreme Action Hero – PRI

Born To Fly: Elizabeth Streb vs. Gravity

Elizabeth Streb: On Taking Big Risks  & The Power of Action – 99U



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