Ex-Miss Febem é o avatar de Aleta Valente, uma artista brasileira que mora no bairro periférico de Bangu, no Rio de Janeiro, onde muitas instalações penitenciárias são localizadas. Ela tem uma educação formal inacabada em Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Escola de Artes Visuais Parque Lage.
Em seu encontro com “The New Mestiza” de Gloria Anzaldúa e com um smartphone em mãos, suas investigações começaram a se formar em auto-retratos, as famosas selfies, alimentados por temas como gênero, feminismo interseccional, experimentação, auto-expressão, auto-legitimação, contra-informação (fake news), situados em relação a sua classe e ao seu redor, com um toque de (muito) humor. Em suas fotos, ela brinca com seu corpo e nele em relação com o espectador, questionando se há limites para a exposição dos corpos das mulheres quando não estão à venda, quando não são objetos para o mercado neoliberal, expostas em capas de revistas e vendendo produtos para outras mulheres e para homens. De forma contrária, Ex-Miss Febem exibe o que não é vendável e incluive desprezado – sangue menstrual, DSTs e outras formas de relações cotidianas que as mulheres estabelecem com seus corpos e com a sua sexualidade.
Suas fotos provocativas desencadearam muitas respostas positivas e negativas, desencadeando o banimento da sua primeira conta Instagram uma e outra vez. As reações variam de muito positivas a algumas muito ambíguas, desde reações extremamente positivas, passando por homens flertando enquanto discriminam sua performance, até ataques viciosos. Em um momento de super exposição nas mídias sociais, ela abusa desta prática e leva a arte até os limites, a fim de provocar quaisquer respostas, que vão variar de acordo com o repertório do espectador.
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Veja o video para o Prêmio PIPA de Arte Contemporânea.
Também recomendamos o artigo de Ivana Bentes sobre o performance de Ex-Miss Febem intitulado Biopolítica feminista e estéticas subversivas.