Adriana Gracia Piscitelli (PAGU-Unicamp)
(Coordenador)
Ana Paula da Silva (Universidade Federal Fluminense)
(Coordenador)
Prazo para o envio de resumos: 15/03/2016
O tema da prostituição mobiliza fortes paixões políticas. No século XX, ondas teóricas e políticas propiciaram variadas maneiras de “revolver” o “problema da prostituição”. Face a regulamentação e segregação, o abolicionismo e políticas proibicionistas liberais, repressivas e criminalizantes, o Brasil, país oficialmente abolicionista, tem adotado uma espécie de não-política.
As ambiguidades permitidas na lei, que criminaliza relações de trabalho no universo da prostituição, mas não o trabalho autônomo da prostituta, tornaram-se objeto da crítica formulada pelo próprio movimento de prostitutas no Brasil e outros países, sustentando a formulação da política da Anistia Internacional pela descriminalização plena da prostituição. Frente a essa operante ambiguidade, prostitutas brasileiras têm desenvolvido uma gama variada de políticas e práticas de confronto, colaboração, subversão e resistência para lidar com o Estado.
Esse GT abordará realidades empíricas da prostituição focalizando também conflitos e colaborações entre prostitutas e agentes governamentais e não-governamentais. Conflitos derivados dos processos de “renovação urbana” e a crescente onda de reação contra práticas e identidades sexuais consideradas “minoritárias” também serão aceitos. Finalmente, trabalhos que abordem questões éticas inerentes à prática antropológica junto a população de trabalhadores sexuais, engajados ou não nas lutas políticas, atualizarão também esse espaço de reflexão no âmbito de nosso GT.
Saiba mais sobre a 30ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) e os Grupos de Trabalho.