O vídeo “Meu corpo, minhas regras” foi lançado no início de novembro com o objetivo de discutir gravidez e representação da mulher no cinema. Em menos de três minutos, o curta apresenta atores homens e mulheres “grávidas/os”, chamando a atenção para o (não)lugar que os homens ocupam quando a questão da gravidez está em pauta. E se os homens engravidassem?, eis a provocação. Um dos assuntos também abordados no vídeo é a questão do aborto.
A iniciativa é resultado do filme “Olmo e A Gaivota”, longa-metragem dirigido por Petra Costa e Lea Glob em que a gestação da atriz Olivia Corsini é acompanhada. O filme, em cartaz, surgiu a partir do desejo de colocar em evidência o que se passa na mente de uma mulher durante os nove meses, sobretudo levando em conta a invisibilidade da experiência no cinema.
O curta foi alvo de ataques agressivos, com atrizes/atores e diretoras sendo acusadas de “assassinas”, “putas” e “satânicas” em seus perfis na internet. Diante dos ataques, a diretora Petra Costa manifestou-se em artigo na Folha de São Paulo. Também em entrevista à Veja, ela falou sobre o vídeo, sobre a inclusão da questão do aborto e sobre a repercussão, que não surpreende levando-se em conta o fortalecimento político e a mobilização social crescente de setores conservadores e religiosos dogmáticos contrários aos direitos sexuais e reprodutivos no contexto brasileiro (conforme o SPW tem acompanhado e analisado).