Há muito tempo Virgínia de Medeiros faz registros visuais das vidas de travestis que habitam as ladeiras e pistas de Salvador. Um traço mais forte de seu trabalho é o trânsito árduo porém sutil entre intimidade e distanciamento. Encontrei Virginia, por primeira vez, no Sudio Buttlerfly (foto) no Museu do Paço no Rio em 2006. No ano passado, na Bienal de São Paulo, fui avassalada pelo movimento fractal das imagens umbilicalmente fraturadas de Simone e Sérgio, que nos devolvem, sem mais preâmbulo, aos mundos da vida do Brasil contemporâneo. De novo esbarrei com força de seu trabalho quando buscar uma imagem para ilustrar a breve nota que fizemos sobre a passagem de Judith Butler, e não resisti. As imagens que Virginia produz sobre o que articula leis do sexo/gênero e precariedade são do melhor que temos para evocar a visita de alguém, como Butler, ao mesmo tempo é conhecid@ e estrangeir@a. Uma viagem que assim como outras que a precederam começou por essa mesma e tão dessemelhante Salvador da Bahia. Para saber mais sobre Virgínia de Medeiros