Panorama local, regional e mundial dos direitos sexuais e reprodutivos em Setembro
Durante o mês de setembro, o Observatório de Política Sexual acompanhou fatos mundiais que repercutiram sobre o cenário dos direitos sexuais e reprodutivos.
No panorama latino-americano, demos destaques à Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento na América Latina e Caribe, que integra o processo de revisão que culminará com a Conferência Cairo+20 em 2014.Publicamos o posicionamento de movimentos sociais em relação ao aborto e colocando à disposição o texto final (Consenso de Montevideo).
Ainda na América Latina, demos visibilidade à 9ª Conferência da Associação Internacional para o Estudo em Sexualidade, Cultura e Sociedade. SPW promoveu um training antes da Conferência destinado a refletir sobre as articulações entre o pensamento teórico e metodológico e as mudanças que são possíveis de efetivação nas diversas realidades (Argentina, Brasil, Chile, China, Equador, Índia, México, Nigéria, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia, Quirguistão, Ucrânia e Estados Unidos) trazidas pelos participantes.
No Brasil, abrimos espaço para as críticas que a organização
“Gestos –Soropositividade, Comunicação e Gênero” apontou contra o governo brasileiro por causa da precariedade da política de distribuição da camisinha feminina. Críticas que já tinha sido formuladas em 2011, com sugestões para o incremento das políticas públicas, por dossiê produzido pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), em parceria com outras organizações e o próprio governo federal.
Finalmente, no Brasil, destaque para o projeto de lei Gabriela Leite, do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que busca regulamentar a prostituição, estabelecendo direitos para as profissionais, e romper com concepçõesque confundem trabalho sexual com tráfico e exploração de menores.
No cenário mundial, destacamos também uma a perda que o ativismo pelos direitos sexuais e reprodutivos sofreu. Faleceu a feminista cingalesa SunilaAbeysekera, parceira do SPW que atuou em prol dos direitos femininos e LGBT e dos direitos humanos em contextos de conflito. Sua trajetória foi lembrada por jornais como o New York Times.
Outro tema que ganhou a imprensa mundialfoi o caso Chelsea Manning. Após a condenação pela Justiça americana por vazar informações do governo e das Forças Armadas que abasteceram o Wikileaks, Bradley Manning tornou-se ainda mais notícia pelo fato de mudar de sexo. O anúncio do processo de transexualização gerou reflexões sobre o papel que a questão de gênero adquiriu no caso (http://www.sxpolitics.org/?p=8427 http://www.sxpolitics.org/?p=8420), sobre as lições que os vazamentos indicam em termos de totalitarismo para a ordem mundial.
O SPW procurou ainda ressaltar manifesto promovido por mais de 150 ativistas, pesquisadores, escritores e artistas trans denunciando a transfobia que determinados grupos feministas expressam.