Cientista político fala sobre os últimos acontecimentos no Egito, em encontro na ABIA, nesta segunda-feira
A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) e o Observatório de Sexualidade e Política convidam para uma conversa (em português), no dia 14 de fevereiro (segunda-feira), com o cientista político Paul Amar, professor associado de Estudos Internacionais e Globais na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA) e que tem acompanhado de perto o processo que levou à renúncia, hoje, do presidente do Egito Hosni Mubarak.
O encontro será a partir das 18h30, no Salão Betinho da ABIA, localizado na Av. Presidente Vargas, nº 446, 13º andar, no Centro do Rio de Janeiro (próximo ao Hotel Guanabara).
Paul Amar estudou segurança pública no Brasil e no Egito, durante os anos de 1980, e é autor de Cairo Cosmopolitan; The New Racial Mission of Policing; Global South to the Rescue; e de Security Archipelago: Human-Security States, Sexuality Politics and the End of Neolilberalism, ainda no prelo.
Em artigo recente, intitulado Why Egypt’s progressives win, Paul analisa a complexidade das forças em jogo no processo “revoltoso” do povo egípcio para pôr fim à era Mubarak. Entre outras coisas, diz:
“É crucial lembrar que esse levante não começou com a Irmandade Islâmica ou com os executivos nacionalistas. Essa revolta começou gradualmente na convergência de duas forças paralelas: os movimentos pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras nas pequenas cidades industriais reavivadas recentemente e nas pequenas fábricas clandestinas do Egito – especialmente nos últimos dois anos – e o movimento contra a brutalidade e a tortura policiais, que mobilizou cada pequena comunidade no país pelos últimos três anos. Ambos os movimentos contam com a liderança e a participação massiva de mulheres de todas as idades, e de jovens de ambos os gêneros. Há razões estruturais para isso”.